Postado por: Clínica de Direitos Humanos UFPR julho 29, 2017

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A escritora Simone de Beauvoir é um ícone feminista. Saiba mais, nesta matéria do Huff Brasil, porque ela é um nome importante do movimento. Para conferir no link original, só clicar aqui.

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8 motivos que mostram por que a obra de Simone de Beauvoir é tão importante para o feminismo

Hoje faz 30 anos da morte da escritora, filósofa e feminista, Simone de Beauvoir.

Beauvoir morreu de pneumonia, aos 78 anos, em Paris. Mas, durante sua vida e carreira de escritora, se tornou uma das pensadoras fundamentais para a luta das mulheres em todo o mundo.

Desde o longo (e aberto) relacionamento com o também filósofo Jean Paul Sartre, até a escrita de O Segundo Sexo, Simone foi considerada "fora dos moldes convencionais" da época. Afinal, em 1920, as mulheres não tinham valor nenhum em sociedade e, muito menos, nos meios acadêmicos.

Mas, afinal, porque ela é uma figura tão importante para a luta feminista? Aqui estão 8 motivos que mostram que Beauvoir (e, principalmente, sua obra) foi uma mulher revolucionária e que inspirou -- e ainda inspira -- muitas outras mulheres mundo afora:

1. Para ela, a mulher é um ser autônomo, sim!

O Segundo Sexo, lançado em 1949 se tornou um marco dentro do movimento feminista por levantar um assunto que não eram comumente tratado na França pós guerra e que ainda hoje se faz atual.

O livro traça uma profunda análise sobre o papel que é designado à mulher dentro da sociedade e sobre a construção do que é ser mulher, fazendo distinção entre gênero e sexo. A abordagem de Beauvoir estuda a hierarquia social do gênero masculino sobre o feminino: “A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele: ela não é considerada um ser autônomo”.

Esse estudo foi o pontapé de diversas vertentes feministas que se debruçaram em buscar formas de resolver os problemas da desigualdade de gênero.

2. E mais: 'Não nasce mulher, torna-se'

Não à toa uma das frases clássicas de Beauvoir vem do último volume de O Segundo Sexo, nomeado A experiência vivida: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. E aqui é importante ressaltar a importância do contexto desta frase, que é completada por:

“Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino”.

3. As mulheres morrem por causa das imposições sociais

“A arbitrariedade das ordens e das proibições com as quais me confrontava denunciava-lhes a inconsistência.”

Depois de O Segundo Sexo, Simone escreveu Memórias de uma moça bem-comportada, uma obra autobiográfica e existencialista lançada em 1958. No livro, Beauvoir aproveita de suas próprias experiências e histórias vividas para criticar a opressão moral e religiosa à qual as mulheres de sua geração estavam submetidas.

A morte de sua melhor amiga, Zaza, aos vinte anos de idade por ter se negado ao casamento é descrita por Simone como uma das perdas mais doloridas de sua vida. Ela fala sobre sua morte como consequência do conservadorismo e do peso das imposições sociais colocadas em cima da mulher. Infelizmente, algo que ainda se faz realidade para as mulheres.

4. As mulheres envelhecem e não são menos por isso

Aos 60 anos, Simone publicou A Velhice (1970), livro no qual abordou o envelhecimento como algo não apenas biológico, mas cultural. Mais uma vez ela sai levantou questionamentos que incomodam a sociedade, como a desumanização da velhice e até mesmo sobre a sexualidade tolida das mulheres idosas.

"Dentro de mim, está a Outra - isto é, a pessoa que sou vista de fora - que é velha: e essa Outra sou eu".

5. A morte da mãe afeta demais uma mulher

Em 1964, Simone escreveu Uma Morte Muito Suave, livro em que retratou com crueza e dor como o processo de morte de sua mãe a afetou e fez com que refletisse sobre a relação que ambas tiveram durante toda a vida.

O livro serviu de inspiração, junto ao A Velhice, para o filme de arte, Em Três Atos, da diretora brasileira Lucia Murat.

6. Você precisa medir seus privilégios

Como se não bastasse já ter escrito sobre todas estas questões, Simone também escreveu uma trilogia de pequenos ensaios nomeados Privilégios, em 1955.

Os textos traçam análises e questionamentos sobre como as pessoas privilegiadas podem pensar sua própria situação de privilégio, egoísmo e o olhar para a universalidade do pensamento.

7. Quem disse que não dá para se relacionar e ser livre?

Simone teve um relacionamento amoroso que durou cerca de 50 anos com o também filósofo Jean Paul Sartre foi totalmente fora dos moldes convencionais da época. Eles tinham uma relação aberta dentro de uma proposta de "pacto de liberdade", que não os amarasse um ao outro de nenhuma forma. O que, para a época, era estranho à sociedade. Os dois, juntos, se tornaram os maiores ícones da intelectualidade do século XX.

Tanto, que virou livro. Em Uma Relação Perigosa, é narrada a história de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. O livro retrata episódios pouco explorados por outros autores que biografaram ambos: os amantes, fãs seduzidos e triângulos amorosos, que, muitas vezes, foram classificados como "manipulados" pelo casal.

8. E, por fim, Simone se declara assumidamente FEMINISTA


Em entrevista concedida ao programa Questionnaire, de um canal de televisão francês, a pensadora tece comentários a respeito de ideias contidas em sua obra "O Segundo Sexo", e explica porque se define como uma feminista.

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