Postado por: Clínica de Direitos Humanos UFPR dezembro 02, 2015

Fonte: Fine Art America

Na França, o aborto é legal desde 1975 e permitido até as 12 semanas (três meses) de gestação.

A francesa D. L., de 26 anos, morou por pouco mais de um ano em São Paulo, e, após voltar das férias em seu país, descobriu que estava grávida de um relacionamento casual; ela afirma que chegou a considerar se submeter ao procedimento ilegalmente no Brasil, mas que preferiu voltar para o seu país dois meses antes do previsto para passar pela cirurgia no sistema público de saúde local.

“Foi uma escolha muito difícil, mas não tenho um trabalho estável, não tenho meu apartamento, não tenho um namorado. Eu preciso de uma estabilidade, não posso dar a vida a alguém quando minha vida não é estável.”, afirmou. Ela ainda comentou sobre as visões diferentes sobre o tema no Brasil e na França: “Como aqui o aborto não é legal, é um sentimento de que preciso me esconder. (…) Acho que a razão principal é a religião, mas uma coisa que não entendo é que ao mesmo tempo aqui você pode casar, separar, casar, separar, sendo que o casamento é um dos principais sacramentos católicos. Não é que na França o aborto seja sempre bem visto, mas as pessoas conseguem entender e respeitar.”

D.L. ainda comentou sobre a realização do procedimento no Brasil: “Aqui olhei na internet o preço de fazer a cirurgia e vi opções de R$ 800 a R$ 10 mil. Imagino que as pessoas que não têm muita grana têm que ir a lugares ruins. Isso é horrível. E se você tem uma complicação em uma cirurgia que não é legal, a quem você recorre?”

A francesa agora está em fase de recuperação após a cirurgia ter sido feita em um hospital francês, pelo sistema público de saúde. O primeiro passo foi na segunda-feira (16), quando ela foi avaliada por um ginecologista, um anestesista e um psicólogo. O pai do bebê esteve presente em todas as consultas. Na véspera do procedimento, ela tomou medicamentos para preparar seu organismo para a cirurgia. Na quinta-feira, chegou ao hospital às 9h, em jejum, e às 16h já tinha tido alta.

“Se tudo correr bem, queremos ter um bebê ‘de verdade’ dentro de dois ou três anos. Quando nós dois tivermos um emprego estável, uma casa, e aí pudermos dar a uma criança a atenção que merece”, declarou.

Fonte da notícia: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/02/aliviada-diz-francesa-que-saiu-do-brasil-para-fazer-aborto-legalmente.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/02/gravida-francesa-deixa-o-brasil-para-abortar-aqui-tenho-que-mentir.html

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